terça-feira, fevereiro 18, 2014

Vida em Ruínas

É da própria natureza do pecado escravizar os que flertam com ele. Peque uma vez, e ainda conseguirá olhar de fora da janela e dizer: não entrarei aí novamente. Mas continue a pecar e se sentirá “em casa”. Não conseguirá mais olhar de fora para dentro. A disposição da alma, uma vez alterada, enxergará aquela casa em ruínas como um lar confortável. Questionado sobre a chuva dirá que é hora do banho; sobre a ausência de teto dirá que isso permite a visão de nuvens, estrelas, sol e lua; sobre a arquitetura dirá que reflete o relativismo pós-moderno nas paredes aos pedaços; a ausência de móveis dirá que representa a amplidão do espaço que reverbera em sua mente e assim, com um amontoado de desculpas, irá se auto destruindo e, infelizmente, atingindo todos os que estão à sua volta. 
(© Samuel Rezende, Relíquias de Uma Terra Estranha)

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