quinta-feira, julho 14, 2011

Reducionismo

Há poucos dias distrai-me com uma rachadura na porta da casa de uma fazenda. Um feixe de luz aproveitou a pequena brecha para dar o ar de sua graça. Quando olhei o raio de sol vi apenas partículas de poeira a bailar no ar. Quando olhei pela janela, vi as matas, árvores e o céu azul, com um sol brilhando a noventa milhões de quilômetros de distância. Olhar pela janela ou para o feixe de luz na rachadura da porta são experiências muito diferentes.
            Tenho a impressão que passei a maior parte da minha vida olhando o feixe de luz. Hoje, tenho a clara impressão de que o mundo contemporâneo desposou o reducionismo. Quando leio artigos de biólogos, psicólogos, sociólogos e neuropsicologistas, sinto uma sensação incômoda.
            Interpretar processos de pensamento individual em termos de “pacotes complexos” e marxistas em termos de “interesses econômicos”, as duas visões empenhadas em destruir a crença cristã como “ideologicamente defeituosa”, num exercício de reducionismo levado ao extremo. Freud e Marx parecem duas crianças serrando o galho no qual estão sentados. ©

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