sexta-feira, janeiro 07, 2011

Portador

             Nós, freqüentemente, lamentamos o fato de que não compreendemos Deus. Não entendemos porque não responde uma oração. Falamos sobre o seu movimento no mundo, mas não concordamos com a forma que conduz a nossa história.
As coisas acontecem, aparentemente sem nenhuma razão, e o cérebro tenta fazer a ligação entre o acontecimento e Deus, mesmo que a situação pareça cruel. “Por quê? Por quê?”, nós gritamos. “Mostre-nos a sua glória”, clamamos como Moisés. E Deus desliza na névoa, deixando traços e indícios insuficientes para destruir as dúvidas.
            O mundo evangélico é dividido entre sagrado e profano, religioso e secular. Isso leva a dicotomia sobre a realidade. Ciências versus fé, estado versus igreja, entretenimento cristão versus entretenimento secular. Eu não consigo ver o mundo dessa maneira. Se o mundo pertence a Deus (Sl. 24:1), e se Deus é onipresente, como pode haver tempo, lugar ou maneira de pensar que esteja ausente da sua presença? Este mundo é uma mistura inextricavelmente interligada do bem com o mal. Às vezes o profano não é antítese do sagrado, mas portador do mesmo. ©

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